quinta-feira, 21 de junho de 2012

A caixa de beijos - Alzira Castilho

Certo tempo atrás, um homem castigou sua filhinha de três anos por desperdiçar um rolo de papel
de presente dourado.
O dinheiro andava escasso naqueles dias, razão pela qual o homem ficou furioso ao ver a menina
envolvendo uma caixinha com aquele papel dourado, para depois colocá-la debaixo da árvore de
Natal.
Apesar de tudo, na manhã seguinte, a menininha levou o presente ao pai e disse:
- Isto é para você, paizinho!
Ele ficou envergonhado pela sua furiosa reação do dia anterior, mas ao abrir a caixinha e encontrá-la
vazia voltou a explodir:
- Você não sabe que quando se dá um presente a alguém coloca-se alguma coisa na caixa?!
A menininha olhou para cima com lágrimas nos olhos e disse:
- Ah paizinho, não está vazia não. Eu joguei beijos aí dentro. Todos para você, papai.
O pai quase morreu de vergonha. Abraçou a menina e suplicou que ela o perdoasse.
Dizem que o homem guardou a caixa dourada ao lado de sua cama por anos e, sempre que se sentia
triste, chateado, deprimido, tomava da caixa um beijo imaginário e recordava o amor que sua filha
havia depositado ali.




De forma simples, mas sensível, cada um de nós temos recebido uma caixinha dourada, cheia de amor
incondicional e beijos de nossos pais, filhos, irmãos, amigos...
Ninguém pode ter propriedade melhor que essa.


                                                     

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