Era uma vez dois irmãos que cultivavam a terra juntos e sempre compartilhavam
as colheitas.
Um dia, um deles despertou durante a noite e pensou:
"Meu irmão é casado, tem filhos, por isso tem muito mais necessidades que eu e
despesas que não tenho. Vou colocar algumas das minhas sacas em sua despensa, o
que é mais do que justo. Farei isso na calada da noite, para não acontecer de ele, por
sua integridade, não querer aceitá-las.
Levou as sacas e voltou para a cama.
Pouco depois, em sua própria casa, o outro irmão acordou e se pôs a pensar:
"Não é justo que eu fique com a metade de todo o milho de nossa terra...
Meu irmão é solteiro, não tem o prazer de possuir uma família e, portanto, tentarei
compensá-lo passando um pouco do meu milho para a sua despensa". E assim fez.
Na manhã seguinte, ambos ficaram surpresos ao ver que havia o mesmo número de
sacas em sua despensa e, ano após ano, não puderam compreender como o número
de sacas continuava o mesmo, ainda que as transferissem às escondidas.
Moral da história...
Ainda que negue, o homem geralmente pensa de forma contrária a essa.
Tem medo e uma espécie de aversão da possibilidade de obter uma porção
menor do que aquele que acha que lhe é devida - sempre supõe merecer muito
mais do que recebe. É devido a esse modo equivocado de pensar que se encontra
no estado em que vemos hoje.
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